quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Exibição e Debate de Memórias do Cine Argus no CCSP

No último sábado, dia 22 de agosto de 2015, Memórias do Cine Argus foi exibido no Centro Cultural de São Paulo, sendo sua segunda exibição no 26º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo.

Bom público presente, com debate ao final com os realizadores dos filmes exibidos na sessão. Representando o Memórias do Cine Argus, esteve presente Amílcar Carneiro. Produtor executivo do projeto de transformação do filme em longa-metragem, sucessor de Seu Duca na gerência do circuito exibidor do Cine Argus durante mais de uma década, além de um dos entrevistados do filme, Amílcar é considerado a principal referência no município quando se trata da história do inesquecível cinema de Castanhal.

Abaixo, transcrevemos o registro que Amílcar fez de alguns comentários da platéia sobre o filme:

"Ele retratou muito bem o amor das pessoas pelo Argus, parece que era a coisa mais importante da vida deles" (estudante de cinema da USP).

"A gente passa a se identificar com tudo, morei no interior e era assim mesmo" (realizador de São Carlos).

"Esse cara foi um herói" (de um espectador sobre o seu Duca).

Ontem, dia 25 de agosto, ocorreu a terceira e última sessão do filme no Festival. Nessa exibição, contudo, não tivemos um representante presente. 

Veja algumas fotos do debate do dia 22 de agosto:



sábado, 22 de agosto de 2015

Cine Argus, Seu Duca, Cine Olido

Ontem, Memórias do Cine Argus teve sua primeira sessão no Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, sendo exibido no Cine Olido. Amílcar Carneiro, representante do filme no festival (filho de Seu Duca e produtor executivo do projeto de longa-metragem), acompanhou a exibição e enviou algumas fotos e o depoimento emocionante abaixo. Mais uma das felizes coincidências que marcam as trajetórias do Cine Argus e de nosso filme.

“Durante a exibição de ontem no Cine Olido, não pude deixar de me lembrar (e me emocionar) do seu Duca. Toda vez que ele vinha a são Paulo ia ao Olido, cinema que ele admirava muito e chamava de o melhor do Brasil. E lá estava eu assistindo no Olido a história do cine Argus. Na saída, uma participante da mostra comentou comigo e outras pessoas: “Que coincidência, a história de um cinema que fechou sendo exibida em um cinema que também fechou" (Amílcar Carneiro, 22/08/2015).
Fachada do Cine Olido (Foto: Amílcar Carneiro)

 Fachada do Cine Olido (Foto: Amílcar Carneiro)

Interior do Cine Olido (Foto: Amílcar Carneiro)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

As Memórias do Cine Argus Rodam pelo Brasil

Ontem, dia 20 de agosto de 2015, Memórias do Cine Argus foi exibido simultaneamente em dois estados, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, na programação do III Festival Brasil de Cinema Internacional (RJ) e do 4º Festival de Santo Ângelo (RS). Hoje é a vez do filme fazer sua estréia no 26º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, às 17 horas, no Cine Olido. Em São Paulo será exibido mais duas vezes, nos dias 22 e 25 de agosto de 2015. O produtor executivo do projeto de transformação do curta em longa-metragem, Amílcar Carneiro, está representando o filme na capital paulista.

Noite de exibição no Festival de Cinema de Santo Ângelo (20/08/2015)

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Quem se Lembra do Pati?

Que frequentador do Cine Argus não se lembra de Joaquim Sena, mais conhecido como Pati? O porteiro-zelador-lanterninha de poucas palavras que botou muito muleque travesso pra fora do cinema de Seu Duca?

Joaquim Sena (Pati), em frente ao Cine Argus (1991)

Eu mesmo deixei de assistir meu primeiro filme pornô no Cine Argus por medo do Pati. Voltando do Cônego Leitão, onde eu fazia o ensino médio, fui ver os cartazes como de costume e percebi que o cinema estava aberto, sem ninguém na portaria. Adentrei o saguão, abri a cortina e fiquei extasiado com aquela cena... Um homem e uma mulher, semi-nus, a beira de um riacho... Eles se beijavam e ele apertava a bunda dela. A vontade foi de correr pra dentro do cinema e assistir o resto da cena, mas o medo do Pati foi maior que minha excitação... E eu fui embora... Até hoje me arrependo!

O jeito sério e carrancudo não impedia que as pessoas tivessem carinho por ele. Era preciso alguém que botasse ordem no espaço, que garantisse o mínimo de sossego para as exibições. O próprio Seu Duca fazia isso e muito bem. Por mais que infringissem algumas normas, a garotada respeitava, pois entendia a importância da disciplina. E o falar pouco e complicado do Pati e seu jeito às vezes rude não impediu que o povo o amasse. O povo amava o Cine Argus. O Pati cuidava e amava o Cine Argus. O povo amava o Pati. Cine Argus e Pati: uma coisa parecia ligada a outra. Como Carlos Moreno (aquele ator magro e careca que víamos nos comerciais dos anos 80) e o Bombril. 

Joaquim Sena, nosso querido Pati, me recebeu em sua casa, e de forma muito descontraída lembrou dos "muleques perversos" que furavam a fila do cinema e que hoje já estão na terceira idade. Lembrou do show de calouros do Capiti e dos truques de mágica que fazia (e fez algumas performances para nossa filmagem!) e, claro, lembrou de Seu Duca, do capricho com que cuidava do Cine Argus, da gratidão a Deus pela ótima bilheteria de todos os anos de "A Vida de Cristo" e da simplicidade que mantinha, trabalhando no meio de seus empregados como se fosse um deles. 

Com problemas graves de audição, para entrevistá-lo foi preciso escrever as perguntas em um caderno e ir lhe mostrando. Mas, isso não impediu que sua entrevista fosse uma das mais ricas e animadas do filme. Sem dúvida, uma participação mais que especial, que emociona a todos que assistem o filme e que há muito tempo não via essa figura tão emblemática e até mesmo folclórica que ele se tornou.

Por Edivaldo Moura.

Joaquim Sena (Pati) em Memórias do Cine Argus (2014)

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Como se Fosse um Evento Sagrado

Ontem, dia 12 de agosto, foi aniversário de Walber Pereira, um dos entrevistados do filme “Memórias do Cine Argus”. Walber é professor de inglês do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Castanhal, escritor e grande amante das artes. Amor esse que certamente deve muito de sua origem ao Cine Argus, o qual freqüentou acompanhado de seu pai.

Muito receptivo e generoso com a produção do filme, Walber cedeu sua entrevista em sua casa acompanhado de DVDs das suas séries favoritas (assistidas no Cine Argus) e de seu chapéu de cowboy, em referência aos filmes de faroeste que assistiu no famoso cinema de Seu Duca. Os westerns marcaram particularmente sua vida.

Walber lembra do ritual que antecedia a exibição dos filmes. “Aquelas tardes de sábado e de domingo eram como se fosse um evento sagrado”. O entrevistado lembra do momento em que as janelas do cinema eram fechadas uma a uma, envolvendo o auditório na escuridão e criando toda a expectativa do início da sessão, sempre precedida pelo inesquecível “Conserto de Varsóvia”. Também se lembra de suas traquinagens do tempo de garoto e do dia em que precisou de esconder de Seu Duca, após ter derrubado um sorvete na cabeça do dono do cinema.

A entrevista de Walber Pereira pode ser conferida em “Memórias do Cine Argus”, cujo DVD está disponível nas melhores bancas de Castanhal.
O professor e cinéfilo Walber Pereira em cena de Memórias do Cine Argus

E o Cine Argus chega ao Rio Grande do Sul...

Memórias do Cine Argus foi selecionado para o Festival de Cinema de Santo Angelo / RS, que acontecerá de 19 a 21 de agosto na cidade que dá nome ao festival.

Com esta seleção, o filme completa seu 10º festival e será exibido simultaneamente no mesmo período no Rio de Janeiro (3º Festival Brasil de Cinema Internacional), São Paulo (26º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo) e no Rio Grande do Sul (Festival de Cinema de Santo Ângelo).

Que honra poder levar a história de nosso memorável cinema de Castanhal (e parte significativa da história de nosso município) e diversos lugares. Que venham mais!