Blog de produção dos documentários "Memórias do Cine Argus" e "O Cinema de Seu Duca", que tem por objetivo resgatar, em diálogo com a sociedade, a história do cinema de rua que movimentou a vida cultural do município de Castanhal (PA) e influenciou diversas gerações ao longo de seis décadas, e a saga de Manoel Carneiro Pinto Filho, mais conhecido como Duca do Cinema.
sexta-feira, 6 de março de 2015
Memórias do Cine Argus estréia em São Paulo
O curta Memórias do Cine Argus será exibido
na cidade de Ourinhos, em São Paulo, na noite do próximo dia 19 de março, na
programação da Mostra Competitiva do 9º Curta Ourinhos. O evento marca a
estréia do filme no estado de São Paulo.
quarta-feira, 4 de março de 2015
Cine Argus marca presença em festivais
Depois do lançamento de sua versão em curta-metragem, durante o VI Festival de Curtas Metragens Curta Castanhal, em 2014, do qual saiu vencedor como melhor documentário, o filme Memórias do Cine Argus já foi selecionado para outros três festivais, um no Pará e dois em outros estados.
Ainda em 2014, foi selecionado para o VI Cine Creed, festival de cinema realizado na cidade de Abreu e Lima (PE).
Em janeiro de 2015, fez parte da seleção oficial da I Mostra Curta Pará de Cinema, realizada no Cine Olympia, o cinema de rua mais antigo em funcionamento do Brasil. O Cine Argus ocupou a tela do Cine Olympia: uma grande honra!
E mais recentemente, Memórias do Cine Argus foi selecionado pelo 9º Curta Ourinhos, festival de cinema da cidade de Ourinhos (SP).
Enquanto a produção do documentário em longa metragem Memórias do Cine Argus é retomada em março de 2015, sua versão em curta-metragem inicia sua trajetória em festivais. As memórias do saudoso cinema de rua de Castanhal vão longe!
Ainda em 2014, foi selecionado para o VI Cine Creed, festival de cinema realizado na cidade de Abreu e Lima (PE).
Em janeiro de 2015, fez parte da seleção oficial da I Mostra Curta Pará de Cinema, realizada no Cine Olympia, o cinema de rua mais antigo em funcionamento do Brasil. O Cine Argus ocupou a tela do Cine Olympia: uma grande honra!
E mais recentemente, Memórias do Cine Argus foi selecionado pelo 9º Curta Ourinhos, festival de cinema da cidade de Ourinhos (SP).
Enquanto a produção do documentário em longa metragem Memórias do Cine Argus é retomada em março de 2015, sua versão em curta-metragem inicia sua trajetória em festivais. As memórias do saudoso cinema de rua de Castanhal vão longe!
domingo, 1 de março de 2015
Cine Argus, Referência Sociocultural de Castanhal
O ponto de encontro da juventude castanhalense. O local certo para encontrar os amigos, para namorar e, logicamente, para assistir filmes. E não só para isso. O Cine Argus, ao longo de suas quase seis décadas de funcionamento, foi muito mais que uma sala de projeção cinematográfica: foi um espaço cultural.
Bailes de Carnaval, convenções partidárias, assembleias de sindicatos, shows musicais, shows de calouros, apresentações teatrais, truques de mágica... O Cine Argus foi durante muito tempo o único auditório da cidade e era, como bem relata Arquimimo Cardoso, grande frequentador e vizinho do cinema, "um espaço multiuso". Os desfiles de 7 de setembro, grande evento cívico e cultural do município, aconteciam na Avenida Barão do Rio Branco, e o palanque das autoridades ficava em frente ao cinema, fazendo uso de seus auto-falantes.
Auto-falantes aliás que, além de anunciar os filmes, serviam para manter a cidade informada dos principais acontecimentos de Castanhal, de Belém e de todo o Brasil. Notas de falecimento, manchetes de jornais que chegavam da capital através da Maria Fumaça (trem que percorria a ferrovia Belém-Bragança), dentre outros serviços de utilidade pública, além de músicas para entreter a população, dentre as quais o famoso Conserto de Varsóvia, que anunciava o início das sessões do Argus. Departamento de Publicidade do Cine Argus: assim era designado por Seu Duca, o dono do cinema, esse importante serviço que o Cine Argus prestava à comunidade.
Após 57 anos de funcionamento, o Cine Argus encerrou suas atividades em 1995, no contexto do fechamento da ampla maioria dos cinemas de rua em todo o mundo, por conta especialmente da popularização da televisão e do VHS. Uma pena que à época o poder público municipal não tenha tido a ideia de transformar o Cine Argus em um espaço cultural, evitando assim o encerramento de suas atividades, e mantendo viva a arquitetura de um dos prédios mais emblemáticos do município.
Embora as gerações mais novas não tenham conhecido o Cine Argus (em 2015 ele completa 20 anos após seu fechamento), é incrível notar como sua existência é tão claramente marcante na formação cultural de diversas gerações e traz tantas lembranças boas e memórias interessantes aos que tiveram a oportunidade de assistir filmes no Argus.
Auditório do Cine Argus. Foto: Chico Carneiro
Convenção Partidária do PSB, década de 50. Acervo de Moacir Silva
Instauração do Colégio Lameira Bittencourt, no palco do Cine Argus (Acervo Amílcar Carneiro).
Apresentação de estudantes do Colégio Lameira Bittencourt (Acervo Amílcar Carneiro).
Carnaval na Avenida Barão do Rio Branco, em frente ao Argus (ano de 1977). Foto: Tarabian.
Após 57 anos de funcionamento, o Cine Argus encerrou suas atividades em 1995, no contexto do fechamento da ampla maioria dos cinemas de rua em todo o mundo, por conta especialmente da popularização da televisão e do VHS. Uma pena que à época o poder público municipal não tenha tido a ideia de transformar o Cine Argus em um espaço cultural, evitando assim o encerramento de suas atividades, e mantendo viva a arquitetura de um dos prédios mais emblemáticos do município.
Embora as gerações mais novas não tenham conhecido o Cine Argus (em 2015 ele completa 20 anos após seu fechamento), é incrível notar como sua existência é tão claramente marcante na formação cultural de diversas gerações e traz tantas lembranças boas e memórias interessantes aos que tiveram a oportunidade de assistir filmes no Argus.
Parte 1 - O meio ambiental cultural: O patrimônio não preservado pelo município de Castanhal.
A
cidade de Castanhal, com 83 anos, apresenta determinados patrimônios que
representam a cidade: o trem Maria fumaça, localizado na praça do Estrela, o
Cristo Redentor, no bairro da Cohab, a igreja católica (Igreja da Matriz),
dentre outros prédios históricos, que nasceram junto a cidade, ou posterior a
existência da mesma.
Entretanto,
nosso olhar está voltado para outro patrimônio que, junto ao desenvolver da
cidade, perdeu-se fisicamente: o Cine Argus, cinema de rua da cidade que nasceu
no ano de 1937 e fechando suas portas definitivamente em 1995.
Pretende-se
aqui fazer uma mera abordagem do que é o cinema de rua e a tutela do patrimônio
cultural, para assim tais conceitos servirem de ferramenta para a proteção dos
demais bens que contam e representam a Cidade “modelo”.
Mas,
afinal, o que é meio ambiente cultural?
Abordado
do artigo 216 da Constituição Federativa do Brasil (CRFB de 1988), meio ambiente
cultural é tudo aquilo que, material ou imaterial, pode representar uma
sociedade, dando identidade e característica para este grupo.
A
exemplo, podemos citar como bens culturais materiais, os prédios antigos, e como
imateriais a dança (no caso do Pará, o carimbó).
Quanto
a isto, Fiorillo apud Teixeira (2005) aponta que para ter potencial para a
devida proteção, o objeto deve ter ligação com a história da sociedade, isto é,
quando é considerado relevante para a
formação da sociedade.
O
decreto 25/1935, artigo 1º, assim aduz:
Constitui o
patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Podemos
ainda inferir que o meio ambiente cultural é um direito difuso, pois, ao passo
que o Estado deve se preocupar, a sociedade também deve fazer o mesmo, pois é
do interesse do homem saber da própria identidade, protegendo assim aquilo que
o representa enquanto sujeito participante do grupo.
Continua...
História e Memória – em cartaz: O Cine Argus
A história da cidade de Castanhal se entrelaça com as
memórias acerca do Cine Argus. Além de uma sala de projeção, o espaço também
possuía outras funções que reuniam distintos grupos sociais da cidade durante quase
todo o século XX, desde a sua inauguração até os últimos dias de exibição. Isso
tornou o cinema um importante local e ponto de interação entre História e
Memória.
Embora não tenha mais uma estrutura física(atualmente o
espaço que antes serviu como cinema de rua hoje é uma loja) ele ainda é
rememorado pelos seus antigos visitantes por meio de fotos, recortes de
jornais, memórias individuais, festivais, produções visuais independentes,
caracterizando-o ainda como lugar funcional e simbólico já que sua história se relaciona com a história dos
habitantes de Castanhal, constituindo-se
então um autêntico lugar de memória.
A memória aqui é entendida como um elemento importante
na formação da identidade cultural (individual e coletiva) da cidade, e para
rememorarmos essa história, temos que dar conta de agrupar distintos registros
sobre o cinema, entre elas podemos citar: entrevistas, fotos, recortes de
jornais, videogravação, depoimentos. Para tal, a participação de sujeitos envolvidos
na história do cine Argus é essencial.
Se você, caro(a) leitor(a), tem alguma história
interessante sobre o Cine Argus, se foi uma das pessoas que assistiu aos filmes
por lá apresentados, ou tem algo sobre o famoso cinema de Castanhal que queira
compartilhar, entre em contato conosco. A preservação dessa memória é fundamental
para mantermos viva a história do cinema e também a história da cidade.
As Apaixonantes Memórias do Cine Argus
Fazer pesquisa exige estar apaixonado. E eu estou apaixonado pelo Cine
Argus desde 1991, quando pela primeira vez, aos 11 anos, entrei em uma sala de
cinema. Gostaria de lembrar da data. Celebraria como um aniversário. Foi um
divisor de águas na minha vida: nascia minha paixão pelo cinema. Minhas tardes
de domingo nunca mais seriam as mesmas desde que meus olhos mergulharam no
telão do Argus. Minha vida e tudo o que viria depois seria marcada
substancialmente. Tudo por causa daquele domingo de 1991.
Hoje, após quase três anos em que iniciei uma pesquisa sobre a história do Cine
Argus, tecida a partir das memórias dos personagens que fizeram parte dessa
história em algum momento dos seus quase 60 anos, me sinto novamente imerso e
envolvido pelo cinema de Seu Duca (que não tive a felicidade de conhecer), tal
qual aquele menino maravilhado de 1991. Não a toa, Cinema Paradiso e A
Invenção de Hugo Cabret estão entre os meus filmes favoritos, pela
profunda identificação que sinto com os garotos Toto e Hugo e o deslumbramento
deles perante a descoberta da sétima arte.
Cinema Paradiso (Giuseppe Tornatore, 1988)
A Invenção de Hugo Cabret (Martin Scorsese, 2011)
Em 2014, concluí um filme de 15 minutos chamado Memórias do Cine
Argus e o mesmo venceu o VI Festival de Curta Metragens de Castanhal,
como melhor documentário. Mais importante que o prêmio, foi o prazer de dividir
minha pesquisa com várias pessoas. A divulgação da exibição do filme no
facebook teve grande repercussão e pude sentir ainda mais como o Cine Argus
marcou a vida de tanta gente, ao longo de vários gerações, assim como fez
comigo. Muitas pessoas demonstraram gratidão pelo simples fato de poder ver uma
foto do cinema que tanto frequentaram. O Cine Argus marcou profundamente a vida
cultural e a formação dos castanhalenses. Várias novas imagens, materiais,
relatos, memórias e curiosidades foram aparecendo. Ainda havia muito o que
contar. A pesquisa precisava ter prosseguimento. Meu amor pelo cinema de rua de
Castanhal só aumentava.
No mesmo ano, ganhei dois companheiros de pesquisa, Rafael Santos e Bruna Reis. Elaboramos um projeto de transformação do filme em um documentário de longa metragem, projeto este que venceu o IV Prêmio Proex de Arte e Cultura. Ainda em 2014, o curta foi selecionado para o VI Cine Creed (festival de cinema na cidade de Abreu e Lima/PE). Em 2015, o filme já foi selecionado para a I Mostra de Cinema Curta Pará, realizada em Belém, sendo exibido no Cine Olympia (o cinema de rua mais antigo em funcionamento do Brasil) e para o 9º Curta Ourinhos, festival de cinema da cidade de Ourinhos, em São Paulo. Enquanto o curta-metragem começa a dar seus passos em festivais de outras cidades e estados, sua versão em longa-metragem começa a se materializar a partir deste mês de março.
Esse blog tem por função divulgar a pesquisa sobre o antigo cinema de rua de Castanhal e a produção do longa Memórias do Cine Argus, servindo de canal de interação da equipe de produção com a sociedade castanhalense.
É preciso esclarecer que esta não é a primeira pesquisa realizada sobre o Cine Argus. A família Queiroz Carneiro, constituída pela matriarca Dona Nila Carneiro e pelos filhos e filhas de Seu Duca, possui um riquíssimo acervo de imagens históricas de Castanhal (muitas das quais gentilmente cedidas para utilização no filme por Amílcar e Chico Carneiro), dentre as quais várias fotos do cinema, estando várias delas em exibição permanente na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST, por meio do projeto "Castanhal: Imagens para a História", desenvolvida por Amílcar Carneiro. Arquimimo Cardoso, ex-vizinho e frequentador do cinema, possui uma hemeroteca (coleção de recortes de jornais) sobre o Cine Argus, também disponibilizada para a presente pesquisa. Também já foram produzidas algumas monografias. Esta pesquisa, portanto, dá continuidade e endossa outras pesquisas anteriores. Mas, trás uma novidade: é o primeiro filme sobre o Cine Argus! “Um filme sobre quem me ensinou a amar os filmes”, como narrado no início do documentário.
Não podia deixar de mencionar: o primeiro filme que assisti no Cine Argus foi a A Volta dos Mortos Vivos II. Resultado: além do amor pelo cinema, a paixão pelos filmes de zumbis!
No mesmo ano, ganhei dois companheiros de pesquisa, Rafael Santos e Bruna Reis. Elaboramos um projeto de transformação do filme em um documentário de longa metragem, projeto este que venceu o IV Prêmio Proex de Arte e Cultura. Ainda em 2014, o curta foi selecionado para o VI Cine Creed (festival de cinema na cidade de Abreu e Lima/PE). Em 2015, o filme já foi selecionado para a I Mostra de Cinema Curta Pará, realizada em Belém, sendo exibido no Cine Olympia (o cinema de rua mais antigo em funcionamento do Brasil) e para o 9º Curta Ourinhos, festival de cinema da cidade de Ourinhos, em São Paulo. Enquanto o curta-metragem começa a dar seus passos em festivais de outras cidades e estados, sua versão em longa-metragem começa a se materializar a partir deste mês de março.
Esse blog tem por função divulgar a pesquisa sobre o antigo cinema de rua de Castanhal e a produção do longa Memórias do Cine Argus, servindo de canal de interação da equipe de produção com a sociedade castanhalense.
É preciso esclarecer que esta não é a primeira pesquisa realizada sobre o Cine Argus. A família Queiroz Carneiro, constituída pela matriarca Dona Nila Carneiro e pelos filhos e filhas de Seu Duca, possui um riquíssimo acervo de imagens históricas de Castanhal (muitas das quais gentilmente cedidas para utilização no filme por Amílcar e Chico Carneiro), dentre as quais várias fotos do cinema, estando várias delas em exibição permanente na Fundação Cultural de Castanhal - FUNCAST, por meio do projeto "Castanhal: Imagens para a História", desenvolvida por Amílcar Carneiro. Arquimimo Cardoso, ex-vizinho e frequentador do cinema, possui uma hemeroteca (coleção de recortes de jornais) sobre o Cine Argus, também disponibilizada para a presente pesquisa. Também já foram produzidas algumas monografias. Esta pesquisa, portanto, dá continuidade e endossa outras pesquisas anteriores. Mas, trás uma novidade: é o primeiro filme sobre o Cine Argus! “Um filme sobre quem me ensinou a amar os filmes”, como narrado no início do documentário.
Não podia deixar de mencionar: o primeiro filme que assisti no Cine Argus foi a A Volta dos Mortos Vivos II. Resultado: além do amor pelo cinema, a paixão pelos filmes de zumbis!
O longa-metragem Memórias do Cine Argus está retomando suas pesquisas em março de 2015, por meio desse blog e de sua fanpage no facebook, e tem previsão de lançamento oficial para o final deste ano.
E então, tem uma história interessante para contar a respeito do Cine Argus? Imagens, vídeos, qualquer objeto, informações, curiosidades, etc, que enriqueçam a pesquisa? Quer contribuir com o projeto? Entre em contato conosco, nos ajude a fazer esse filme e a resgatar essa parte tão importante da história do município de Castanhal!
http://memoriasdocineargus.blogspot.com.br/p/contatos.html
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